segunda-feira, 29 de junho de 2009

3.1.3 IPP, IPPF e IPPD

O Índice Geral de Preços Pagos pela Agricultura Paulista (IPP) é composto pelo valor cobrado dos agricultores pelos insumos que viabilizam essa produção, ou seja, ele relaciona-se com os custos de produção e manutenção da atividade agropecuária. Um dos índices que compõe o IPP é o Índice de Preços de Insumos Adquiridos Fora do Setor Agrícola (IPPF). Esse índice é formado em função dos preços de tratores, por exemplo, ou de qualquer outro bem de produção que seja oriundo de outro setor da economia (secundário ou terciário) e cuja compra implique em transferência de capital para outras atividades que não a agrícola. Ou seja, esse é um índice que relaciona o quanto a produção agrícola, bem como seu crescimento ou retração, pode impactar ou variar em função da saúde da atividade industrial.

Outro índice que interfere no IPP é o Índice de Preços de Insumos Adquiridos Dentro do Setor Agrícola (IPPD), o qual é formado em função do preço de todo tipo de insumo oriundo do próprio setor, tais como sementes ou fertilizantes orgânicos. Essas trocas relacionam-se com o quanto a produção agrícola é importante para movimentar o este tipo de atividade, sendo ao mesmo tempo produtora e consumidora dentro desse setor.

Estima-se que o IPPD corresponde a 18% dos gastos com a produção agrícola, enquanto que o IPPF gira em torno de 55%. Ambos somam 73% dos gastos totais dos produtores agrícolas, sendo os outros 27% referentes ao pagamento de trabalhadores ou à contratação de serviços específicos.

Analisando o gráfico 6 é interessante observar que tais índices variaram menos que os índices de preços recebidos. O IPP e o IPPF apenas reduziram sua taxa de crescimento a partir do inicio da crise e só apresentaram queda, tênue e gradual, a partir de outubro de 2008. O IPPD, por sua vez, mostrou-se mais sensível e começou a cair desde julho do mesmo ano e, a partir de então, demonstrou um comportamento instável.

Sem profundo conhecimento das atividades agrícolas e dos períodos de safra e entressafra das principais culturas paulistas, é difícil determinar até que ponto essas inesperadas elevações do IPPD em outubro de 2008 e janeiro e abril de 2009 foram ou não influenciadas por fatores sazonais inerentes dessa atividade. Independente disso, é possível perceber uma tendência geral de queda desse índice, mostrando assim uma retração da atividade agropecuária, a qual acarreta em menor compra de insumos e assim de seus preços também.

Quanto ao IPPF, e por conseqüência ao IPP, é interessante destacar que, embora apresentem uma tendência de queda entre outubro de 2008 e fevereiro de 2009, tais índices começaram a cair depois de alguns meses de queda do IPR, e não o fizeram na mesma proporção. Isso mostra que, mesmo em um primeiro momento de retração, os agricultores mantiveram seu consumo de insumos, ou que, pelo menos, continuaram capazes de pagar os mesmos valores por eles.

Isso demonstra certa higidez do setor em São Paulo pois se apresentasse uma grande fragilidade ou dependência exclusiva do mercado internacional (principal afetado pela crise) esses índices seriam mais sensíveis ao cenário econômico atual.

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