segunda-feira, 29 de junho de 2009

3.2 Atividades Comerciais

São Paulo desponta como o estado da federação com o maior setor terciário, tanto em termos de variedade de produtos comercializados e serviços prestados quanto em volume total dessas relações em reais. A análise dos impactos sofridos pelo comércio no estado de São Paulo será feita a partir da análise dos índices de volume dessas negociações, os quais são estabelecidos em função de uma taxa base (10) fixada em 2003. O recorte deste estudo foi feito sobre o total, em reais, comercializado dentro do estado e não sobre as relações de comércio exterior ou com outras unidades da federação, demonstrando assim muito mais a saúde deste mercado bem como o poder de compra da população do que o lucro obtido por empresas e comerciantes diversos.

O gráfico 7 demonstra a variação desse índice para diversos tipos de produto de expressão significativa no comercio paulista:

image

Gráfico 7: Variação dos Índices de Volume de Vendas no Estado de São Paulo

Mesmo contendo muitas informações, tanto a ponto de dificultar sua interpretação, é possível fazer algumas observações interessantes a partir do gráfico. A principal delas é que, diferente de variações encontradas na indústria ou na agricultura, esses índices não apresentam, conjuntamente, um momento determinante onde se inicia uma queda abrupta do volume total comercializado no estado. Embora, ao analisar-se o espectro total do gráfico, seja possível perceber uma tendência geral de redução desse volume, não há um momento marcante onde um comportamento inicial predominante tome nitidamente uma nova direção.

Observando com mais cautela, é possível perceber que, se há algum momento em que a tendência de queda torna-se ligeiramente mais evidente, ocorre por volta de setembro de 2008, enquanto que, para as atividades produtivas como um todo, essa retração teve inicio em julho do mesmo ano.

Outro ponto que chama atenção no gráfico refere-se ao índice dos supermercados e hipermercados, em amarelo, o qual praticamente não sofreu alteração desde o início da crise. Tal índice, que reflete principalmente o consumo de alimentos por parte da população, permanece constante, indicando que não foram cortados gastos do orçamento doméstico com esses gêneros, muito provavelmente nem mesmo reduziu-se o consumo de produtos de maior valor agregado, já que o volume total, em reais, quase não se alterou.

É possível perceber que tecidos, vestuário e calçados; combustíveis e lubrificantes; e móveis e eletrodomésticos tiveram as maiores variações de seus índices, enquanto os índices de informática e comunicação; livros, revistas, jornais e papelaria; e farmácia e perfumaria tiveram seu volume total de vendas muito pouco afetado pela crise. Vale lembrar que estes são produtos que, embora necessários, podem ser trocados por similares de valor muito mais baixo ou até mesmo cortados. São itens passivos de substituição quando há necessidade de cortes no orçamento domestico ou pessoal, no entanto, seu consumo permaneceu praticamente inalterado desde o inicio da crise econômica.

Para possibilitar uma visão mais ampla das conseqüências do momento atual para o comércio em São Paulo, foi elaborado um gráfico que sintetiza as informações a cima. Neste gráfico ficam evidentes os índices para o setor de carros, motos e autopeças; materiais de construção e, por fim, mercado varejista, o qual, diferente dos outros dois, baseia-se em um comércio constante e freqüente, principalmente de produtos de baixo ou médio valor unitário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário